Pesquisa Científica na Internet
Alexandre Campos Moraes Amato
Cirurgião Geral pela Universidade de Santo Amaro. Membro da Equipe de Cirurgia Vascular do Hospital Iguatemi. Cirurgião Vascular pela Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência “Hospital São Joaquim”.
“Quem não sabe o que procura, não sabe interpretar o que acha”.
Claude Bernard
1. Internet
Em 1969, no auge da Guerra Fria, foi criada a Internet. Originalmente interligava laboratórios de pesquisa e se chamava ARPANet (Advanced Research Projects Agency). Era uma rede do Departamento de Defesa Norte-Americano com o objetivo de não ser centralizada e sobreviver a um bombardeio. Quando foi usada em universidades e laboratórios, passou a ser chamada de Internet e disseminou-se pelo mundo.
A Internet é o agrupamento de outras milhares redes no mundo conversando por um protocolo único. Por duas décadas ficou restrita ao uso acadêmico e científico. Em 1987, foi liberado seu uso comercial nos Estados Unidos e, em 1995, no Brasil. A explosão da Internet ocorreu em 1992 nos EUA, quando surgiram inúmeros provedores de acesso para o usuário doméstico.
O correio eletrônico (e-mail) é um dos recursos mais antigos da rede. Permite que qualquer usuário com um endereço envie uma carta eletrônica para qualquer outro usuário, em qualquer parte do mundo. Devido às suas diversas vantagens, como velocidade, facilidade de envio e outras, foi amplamente aceito na sociedade. O endereço do correio eletrônico segue a seguinte formatação nomedousuário@nomedocomputador.com.br. Antes da arroba fica o nome ou apelido do usuário e depois, a empresa ou organização, o tipo da instituição e o país. Em inglês, pronuncia-se o símbolo da arroba como “at” e significa “em”, de modo que o endereço de e-mail significa: usuário tal em tal computador.
Figura 1 – Exemplo de endereço na Web.
A World Wide Web, a Internet como a mídia divulga, foi criada em 1991, na Suíça. Foi concebida como uma maneira simples de divulgar documentos científicos e interligar computadores. A criação do Mosaic, programa destinado a tornar possível o acesso em ambiente gráfico, permitiu que novos usuários utilizassem a rede. O segredo do sucesso da World Wide Web é o hipertexto onde textos e imagens são interligados através de palavras-chave. Os endereços na Web são parecidos com http://www.nomedaempresa.com.br (Fig. 1). O “http://” significa Hipertext Transfer Protocol, “www” World Wide Web e indica que o endereço pertence a Web, não sendo, porém, obrigatório, o “.com” indica ser um endereço comercial e o “.br” indica a procedência brasileira.
Atualmente, a Internet distanciou-se de seu objetivo primário e passou a ser um meio de comunicação para todos. É capaz de nos libertar das limitações espaço-tempo, de modo que podemos visitar o Museu do Louvre e, segundos depois, estar lendo o jornal local.
A Internet é uma rede mundial sem um computador central, provedora de diversos serviços. Na mídia, o mais comumente comentado são o World Wide Web, o correio eletrônico (e-mail) e P2P. Entretanto, ela é composta de vários outros serviços, como: grupos de discussão, listas de correio, Telnet, Finger, Gopher, WHAIS, FTP, Chat e outros.
Cada serviço pode ser acessado por um programa específico diferente, porém o uso dos navegadores (browsers) é suficiente para acessar os serviços mais utilizados e mais eficientes em uma pesquisa.
A diversidade cultural e lingüística é característica da Internet, podendo haver choques entre culturas e crenças. O Inglês, embora não seja oficial, é o idioma predominante. Toda pesquisa que se preze deve constar em outras línguas e considerar essas diferenças.
Com todas as suas virtudes, a Internet também é cheia de armadilhas, e é necessário conhecê-las para evitá-las. Mesmo pessoas com baixa renda e sem ligação com Universidades são capazes de publicar informações, que sem a grande rede nunca teriam sido divulgadas. Isso tem seu lado bom e ruim. Todas as pessoas são livres para publicar textos sobre os temas que bem entenderem, independentemente de serem ou não peritos no assunto. A característica de mutação constante pode levar a uma desatualização, o que chega a ser um paradoxo: mesmo sendo extremamente fácil divulgar na rede, é preciso lembrar que não é preciso fazer muito para que suas páginas fiquem eternamente publicadas, levando à desatualização. Tal facilidade abre espaço para trabalhos excelentes e outros péssimos, o que obriga o leitor a uma postura crítica e atenta para evitar essa emboscada.
O excesso de links nas páginas pode levar à dispersão do leitor, que foge da proposta inicial e percorre assuntos não relacionados à pesquisa atual. Sabendo-se que a maioria dos internautas não percorre mais do que as dez primeiras chamadas nos mecanismos de busca, muitos comerciantes pagam para que sua informação seja escalada antes de outras, de modo que nem sempre os primeiros achados são melhores e mais fidedignos. Esse fato exige, mais uma vez, permanente alerta do usuário para separar o joio do trigo.
Não há um catálogo centralizado com todas as páginas da Internet; portanto, com sua diversidade e rápida modificação, a pesquisa não é tão simples. Existem mecanismos de buscas (automatizados), diretórios da Internet (dependem da intervenção humana), metasearch engines (engloba vários mecanismos de busca e diretórios da Internet) e outros como mailing lists, newsgroups ou FTP search. Todos são atualizados, mas não à velocidade da rede.
Como exemplo do crescimento em progressão geométrica da informação publicada, convém lembrar que a National Library of Medicine estima que o volume de informação publicado na área médica duplique a cada quatro anos.
2. Definindo a questão
É essencial a especificação da questão que se deseja investigar. O início é a escolha do tema e a seguir traçar os objetivos a serem alcançados. O aprofundamento da questão é necessário para uma pesquisa mais abrangente.
É preciso traçar uma estratégia de localização de artigos, definindo critérios de exclusão e inclusão.
Como a literatura é, a cada dia que passa, mais abundante e o tempo escasso, deve-se limitar o número de artigos a serem procurados evitando perder os fundamentais. Para localizar o(s) artigo(s) fundamental(is) à pesquisa, deve-se definir o que o torna fundamental e, a partir disso, selecionar palavras-chave necessárias para sua pesquisa em bancos de resumos informatizados.
A probabilidade de achar itens relevantes dentre os artigos que realmente o são (sensibilidade) e a capacidade de exclusão de artigos verdadeiramente irrelevantes (especificidade) devem ser balanceadas de modo a limitar o número de artigos identificados, com o cuidado de não perder artigos fundamentais à pesquisa.
Se a pesquisa fornecer muitos resultados não relevantes, provavelmente é preciso aumentar a especificidade de sua questão, ao contrário, se fornecer poucos resultados, é preciso aumentar a sensibilidade.
Aumenta-se a especificidade limitando a questão, usando termos mais específicos, pesquisando somente no assunto e palavras-chave ao invés de todo texto ou resumo, usando o operador lógico AND, limitando a questão ao idioma, ao tipo de publicação (review, estudos randomizados, etc), ao país e ao ano de publicação.
Aumenta-se a sensibilidade ampliando a questão, procurando por mais termos, com combinações diferentes de termos, pesquisando tanto no assunto como no texto ou resumo, usando o operador lógico OR, usando a função NEAR para procurar itens na mesma frase, usando coringas (*, $, ?) para substituir porções variáveis nos termos e procurar por artigos antigos.
Para evitar a dispersão e obter bons resultados, é preciso formular a pergunta antes de fazê-la ao mecanismo de busca, separar suas palavras-chave, encontrar sinônimos e somente depois criar a interrogação. Se faltar imaginação, recorra à regra utilizada pelos jornalistas, respondendo às seguintes perguntas: O quê? Onde? Quando? Como? Por quê? Para quê?
3. Diretório da Internet
Os diretórios, classificações temáticas do conteúdo da Internet, dependem da intervenção humana para seu funcionamento. Podem não ser completos; seu conteúdo, porém, é consistente e, como seu teor dependente do conhecimento de quem classificou o assunto, apresentam classificações subjetivas e, às vezes, arbitrárias, o que pode prejudicar a pesquisa do assunto desejado.
Com freqüência indicam menos sites do que os mecanismos de busca, pois os maiores diretórios da Internet abrangem apenas um milésimo do número de páginas comparado ao número de páginas dos mecanismos de busca.
Seu método de pesquisa consiste na definição do tema e, em seguida, na procura dentro dos diretórios disponíveis (Fig. 2), que funcionam como um grande sumário. Existe às vezes a incorporação de um mecanismo de busca, uma pesquisa que procura por palavras específicas, ou seja “palavras-chave”, nas páginas, para complementar o conteúdo.
Em alguns serviços patrocinados, nos primeiros achados há uma predominância de páginas comerciais, o que prejudica a consulta se o pesquisador se deixar enganar.
É indicado para os iniciantes no assunto, já que, com o aumento exponencial de informação, somos todos leigos na grande maioria dos temas. Indicado também para pesquisa de assuntos gerais, já que assuntos específicos habitualmente não são abordados, ou são mal classificados devido à necessidade de conhecimento do responsável.
Figura 2 – Exemplo de Diretório da Internet. O DMOZ Open Directory Project (directory.mozilla.org: http://www.dmoz.org) é um diretório organizado por milhares de voluntários.
4. Mecanismos de busca
Os mecanismos de busca são instrumentos que nos permitem achar, na Internet, páginas que contenham a seqüência de caracteres (palavras ou não) que indicamos. São programas que percorrem periodicamente todas as páginas de que têm conhecimento, procurando novos links, indexando novas páginas em um grande banco de dados e criando um “índice remissivo” para elas. Quando perguntado pelo usuário que busca por uma pesquisa, o programa procura, em seu banco de dados, informações que sejam condizentes e retorna com uma página informando os links encontrados (Fig. 3). São sistemas de busca livre.
É importante lembrar que o programa procura a forma dos termos, e não seu conceito, o que exclui palavras com erros ortográficos e sinônimos. O Google possui um sistema de correção, onde sugere outras palavras baseadas na pesquisa inicial.
Os Mecanismos de busca possuem um banco de dados extremamente maior do que os diretórios de pesquisas e, por isso, são indicados para pesquisar assuntos muito específicos. Os dados são mais recentes do que os dos diretórios e são, também, extremamente rápidos. Para assuntos gerais, no entanto, podem causar confusão e não resolver a questão, por retornarem excesso de links.
Conteúdo de multimídia é mais dificilmente indexável, já existem, entretanto, tentativas a esse respeito.
Sempre há, nessas páginas, uma caixa de texto para se fazer a pesquisa. A sintaxe da questão varia de um mecanismo de busca para outro, mas mantém algumas coisas em comum. A pesquisa é baseada em operadores lógicos; sem eles seria possível fazer apenas a pesquisa com uma palavra-chave, simples. Existem operadores booleanos e não-booleanos. Alguns mecanismos substituem implicitamente os espaços entre os termos da nossa pergunta por operadores (como os operadores AND ou OR). O que muitos internautas não sabem é que tais operadores não são sempre os mesmos e variam de mecanismo para mecanismo.
Operadores não-booleanos:
-
Operador + : Resposta deve necessariamente conter esse termo;
-
Operador – : Resposta deve necessariamente não conter esse termo;
-
* : caractere universal para encontrar variantes de palavras (Ex: auto* procura por automóvel, automático etc). Preenche a parte variável do termo;
-
“” : procurar expressões ou mais de uma palavra juntas, considerando o espaço entre elas como caractere.
Operadores booleanos (Fig. 4):
-
AND : pedido de páginas que contenham simultaneamente as palavras;
-
OR : pedido de páginas que contenham pelo menos uma das palavras;
-
AND NOT : pedido de páginas que contenham a primeira palavra e não contenham a palavra seguinte;
-
NEAR : pede que 2 palavras surjam perto uma da outra.
Figura 4 – Exemplo gráfico de como funciona os operadores booleanos. A área preenchida em verde corresponde à pesquisa efetuada com o respectivo operador.
O operador booleano AND é equivalente ao operador não-booleano “+” e o operador NOT é equivalente ao operador “-“. Os operadores lógicos têm a vantagem de poder ser integrados em expressões com parênteses (para definir o agrupamento e prioridade das sequências de caracteres).
Exemplo: medicina AND (história OR ética)
Sabendo tudo isso, é necessário adaptá-lo à sintaxe do mecanismo de busca que se deseja utilizar. Para isso, deve-se ler a “Ajuda” do site.
Para encontrarmos páginas com o conceito que estamos pesquisando, é necessário procurar por um conjunto de palavras que só existiriam em um site com esse conceito, ou por vários sinônimos.
Exemplo: cão AND gato AND peixe. Para procurar páginas referentes a animais
Prefira os substantivos aos verbos e adjetivos por definirem melhor o conceito que se procura e por não haver declinações, pelo menos no português. É importante lembrar que nem todos os mecanismos aceitam acentos.
Na análise dos resultados, quando em quantidade insuficiente, deve-se formular uma nova pergunta mais geral (OR) ou mudar de mecanismo de busca. Quando em número excessivo, deve-se pesquisar por algo mais especifico (AND, NOT). Com respostas não-pertinentes, deve-se pensar nos vários sentidos das palavras homógrafas e reformular a pergunta com sinônimos.
Existem mecanismos de busca especializados na área médica ou científica, como o Medgle (http://www.medgle.com/), o SciELO (http://www.scielo.br/) e o Google Scholar (http://scholar.google.com.br/). Outros mecanismos de busca permitem uma navegação mais simplificada, como, por exemplo, o Quintura (http://www.quintura.com/), onde navega-se através das nuvens formadas pelo programa, e, a cada clique, refina-se mais a pesquisa. O sistema Redzee (http://www.redzee.com/) oferece um melhor aspecto visual nos resultados.
O mecanismo de busca Google merece uma atenção maior, pois nos oferece maneiras incrivelmente práticas de fazer pesquisas direcionadas ao conteúdo desejado.
Para pesquisar por arquivos, por exemplo, apresentações em Powerpoint, podemos fazer a seguinte pesquisa na caixa texto do Google (http://www.google.com) maneira: (“questao a procurar”|”sinonimos a procurar”) (filetype:ppt OR filetype:pps)
Essa pesquisa procurará em arquivos PPT ou PPS (que correspondem a arquivos do Powerpoint, veja tabela 1) pela palavra “questao a procurar” ou “sinonimos a procurar”
O Google também permite a criação de motores de pesquisas personalizados, ou seja, é possível definir os sites que serão pesquisados. Links apresentados pelo Medical / Health Sciences Libraries on the Web (http://www.lib.uiowa.edu/hardin/hslibs.html )
.avi – Microsoft Video for Windows movie – Arquivo de vídeo. .bak – Arquivo cópia, de segurança. Alguns programas, quando realizam modificações em arquivos do sistema, podem guardar uma cópia do original com essa terminação. .bmp – arquivo de imagem, pode ser aberto em qualquer visualizador ou editor de imagens, por exemplo o Irfan View e é compatível com todos os programas, inclusive com o próprio sistema operacional Windows. .cdr – Arquivo de imagem vetorizada do Corel Draw. .doc – Arquivo texto do Microsoft Word. .dot – Microsoft Word document Template – Arquivo de texto .dxf – Drawing Interchange Format – Arquivo importado pela maioria dos programas de gráficos 3D, como o AutoCAD. .eps – Encapsulated PostScript Image – Arquivo de imagens exportadas por grande variedade de programas de imagens. .fla – Arquivo do Macromedia Flash. .gif – Graphical Interchange Format – Arquivo de imagem compactado. .html (ou .htm) – É uma página para a Internet. Pode ser visualizada por navegadores, como o Firefox, suíte Mozilla. .jpg – Arquivo de imagem, compactado. .jpeg – Arquivo de imagem padrão bitmap compactado. .mdb – Arquivo de banco de dados, geralmente, gerado pelo Microsoft Access. .mp3 – Arquivo de audio padrão MPEG Audio Layer 3 (AC3), que aceita compressão em vários níveis. .mpg – Arquivo de vídeo compactado. .mpeg – Arquivo de vídeo. .mov – Arquivo de vídeo que pode ser transmitido pela Internet e usa a tecnologia Apple Quicktime. .odp – OpenDocument – Apresentação. Pode ser aberto pelo OpenOffice.org Impress .ods – OpenDocument – Planilha. Pode ser aberto pelo OpenOffice.org Calc .odt – OpenDocument – Texto. Pode ser aberto pelo OpenOffice.org Writer .ogg – Formato de arquivo de áudio compactado. .ole – Arquivo que usa tecnologia da Microsoft para atualizar informação entre seus programas. .png – Arquivo de imagem voltado para a Web que se abre com praticamente todos os programas de imagens. .pps – Apresentação do Microsoft PowerPoint .ppt – Apresentação do Microsoft PowerPoint, slide a slide. .psd – Imagem do Adobe Photoshop. .rtf – “Rich Text Format”. Permite guardar os formatos de texto mais característicos. .swf – Shockwave Flash. Formato de vídeo muito utilizado na Internet. .sxw – Texto do BrOffice.org Writer .sxc – Planilha do BrOffice.org Calc .sxi – Apresentação do BrOffice.org Impress .sxd – Imagem do BrOffice.org Draw .tif – Imagem sem compressão. Costuma ser usado para o armazenamento de imagens em alta resolução. .txt – Arquivo de texto com pouca formatação. Pode ser aberto com qualquer editor de texto. .xls – Planilha do Microsoft Excel. .wav – Arquivo de áudio sem compressão. .wks – Arquivo de documento do Microsoft Works. .wmf – Windows Metafile. Arquivo de imagem. Desenhos vetoriais usados em clip arts no Windows. .wpd – Arquivo de texto do Word Perfect .wpg – Arquivo de imagem. Gráfico do Microsoft Word para Windows. .wri – Arquivo de texto gerado pelo WordPad. .zip – Arquivo compactado |
Tabela 1 – Extensões de arquivos
O site http://www.soople.com/ e http://www.filoogle.com/ tentam facilitar essa pesquisa avançada no Google criando automaticamente a pesquisa avaçada necessária.
O Google Clinical Trials (http://tinyurl.com/28r3w3 ) foi criado a partir do sistema Google Base (http://www.google.com/base/ ) e permite a procura direto em pesquisas clínicas, seguido pela assinatura da pesquisa em RSS.
5. Metasearch Engines
Os Metasearch Engines são mecanismos de busca que enviam simultaneamente a mesma pesquisa para vários outros mecanismos de busca e processam os resultados de modo que links repetidos sejam suprimidos. Por pesquisarem em vários lugares, freqüentemente (mas nem sempre) retornam mais respostas. São apenas “tradutores” da sintaxe da pergunta para vários mecanismos de busca e organizadores das respostas (Fig. 5). Podemos exemplificar com o http://www.metacrawler.com, e o dedicado à medicina http://pesquisa.asclepios.com.br.
Na teoria parecem muito bons, mas sua sintaxe de funcionamento é muito complexa, não dispondo de alguns comandos muito úteis para a maior especificidade da pesquisa, por se limitarem à capacidade da sintaxe do pior mecanismo que utilizam. A tecnologia implicada aos metasearches é inferior à dos mecanismos de busca e o objetivo não é a quantidade de respostas, e sim a qualidade; portanto, apesar de parecerem muito bons, seus resultados nem sempre são pertinentes.
Sua técnica de utilização é muito parecida com a dos mecanismos de busca.
Tecnologia ainda em desenvolvimento. Tem utilidade, atualmente, apenas em pesquisas simples, mas com um futuro promissor.
Figura 5 – Metacrawler (http://www.metacrawler.com) Exemplo de um site de metasearch.
Figura 6 – MED Search. Exemplo de um programa de metasearch,voltado para a área médica. Ele indica artigos na íntegra na Internet (http://medsearch.asclepios.com.br).
Existem programas de metapesquisa que funcionam em seu próprio computador, tendo algumas vantagens sobre os sites. Um deles é o Copernic, que pode ser “baixado” (download) em http://www.copernic.com/en/products/desktop-search/download.html e possui a característica de memorizar sua pesquisa e periodicamente atualizá-la, retirando as páginas não encontradas, além de ser fácil de usar. Existem outros como, por exemplo, o WebFerret em http://www.ferretsoft.com/. São extremamente flexíveis e úteis, suprindo o defeito de cada mecanismo de busca. Especializado na área médica, temos o software MED Search (Fig. 6) que aponta os artigos gratuitos na íntegra na Internet. Este pode ser encontrado no site http://medsearch.asclepios.com.br.
O site OmniMedicalSearch (http://www.omnimedicalsearch.com/ ) é um sistema de metapesquisa que oferece pesquisa por textos e imagens, inclusive dentro de fóruns especializados.
Outros serviços, como o sputtr (http://www.sputtr.com) não podem ser caracterizados como Metasearch, pois não pesquisam todos os mecanismos ao mesmo tempo, porém fornecem várias pesquisas em diferentes serviços.
6. SciELO
A SciELO (http://www.scielo.br/) é uma biblioteca eletrônica, que no Brasil é mantida pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que permite acesso gratuito a artigos de dez coleções em oito países – Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Portugal, Espanha e Venezuela –, além de duas coleções temáticas nas áreas de saúde pública e ciências sociais. São mais de 130 mil artigos em 452 títulos de periódicos certificados.
É possível cadastrar-se gratuitamente: o usuário recebe um login e uma senha, para o acesso aos serviços personalizados; o sistema também solicita a elaboração de um perfil no qual devem ser indicados os principais temas de interesse. Cada usuário pode cadastrar até três perfis distintos. Entre os serviços personalizados estão “Minha Coleção”, que permite armazenar artigos de interesse e atribuir classificação de um a três estrelas, e “Meus Alertas”, em que é possível monitorar os indicadores do artigo clicando nos itens “Avise-me quando citado” e “Envie-me estatísticas de acesso”.
7. Bireme – Biblioteca Regional de Medicina
A BIREME – Biblioteca Virtual em Saúde coordena o sistema de informação na área de Saúde no Brasil e possui um acervo enorme de artigos, cujas fotocópias podem ser pedidas. O seu acesso é gratuito, embora o pedido de fotocópias não o seja. É uma pesquisa mais especializada, com melhores resultados, por ser dedicada à área da saúde. A BIREME é apenas uma interface para a pesquisa em várias bases de dados.
Após digitar seu endereço no navegador: http://www.bireme.br, selecione “pesquisa em base de dados”. A partir daí, o usuário pode escolher entre LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), AdSaúde, MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System), PAHO e outros. Discutiremos aqui o MEDLINE, que existe desde 1962. Selecione-o.
Aparecerá um formulário de pesquisas. Selecione o modo avançado, por permitir um maior refinamento na pesquisa.
Existem as seguintes ferramentas:
-
Base de dados – especifica uma determinada época para a pesquisa;
-
Pesquisar – palavras a serem pesquisadas;
-
Campo – tipo de pesquisa (descritor de assunto, limites de assunto, autor, palavras do título, idioma, país, revista e outros);
-
Índice – listas de palavras que se relacionam somente ao campo à esquerda;
-
Operadores – OR, AND e AND NOT para refinar a pesquisa.
Preencha os campos e tecle em pesquisar. Aparecerá o resultado da pesquisa. Daí pode-se ler os resumos e pedir fotocópias para os artigos selecionados, que podem ser enviados tanto pelo correio convencional quanto pelo eletrônico.
MEDLINE
O Medline fornece seu conteúdo para terceiros, de modo que vários oferecem maneiras diferentes de pesquisa e resultados no mesmo banco de dados.
O sistema eTBLAST (http://invention.swmed.edu/etblast/index.shtml) é um método de pesquisa semântica na MEDLINE, CRISP (National Institute of Health – Computer Retrieval of Information On Scientific Projects – http://crisp.cit.nih.gov/ ), Institute of Physics e os relatórios técnicos da NASA de modo que os operadores booleanos não são necessários para a pesquisa.
Também podem ser pesquisados no PubMed da própria National Library of Medicine (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/PubMed/), com a vantagem de um bom mecanismo de busca e a desvantagem de não possibilitar o pedido de cópias.
Outro site de pesquisa é o http://www.medscape.com, que possibilita a procura de informação no MEDLINE, AIDSLINE, DrugInfo e Medical Images.
Outros endereços são: http://www.infotrieve.com/; http://www.pdr.net/; http://www.medfetch.com/; http://www.kfinder.com/; http://www.paperchase.com/
A pesquisa de teses brasileiras pode ser feita em http://www.teses.usp.br.
Em http://www.hon.ch/MedHunt/ podem ser encontrados diversos artigos e sites médicos.
O sistema BioWizard (http://www.biowizard.com/) facilita a pesquisa não direcionada no PubMed, oferecendo uma lista dos artigos revisados por outros usuários e por eles votados. É um serviço bom para achar artigos recentes e recomendados por outros usuários, em sua área, porém não tem utilidade para achar um artigo específico.
O novo sistema PubGet (http://pubget.com/ ) é excepcional, facilitando para o usuário final a obtenção de artigos completos. Fora da rede universitária (atualmente somente a Harvard) ele obtém automaticamente os artigos que estão disponíveis gratuitamente no PubMED, o que já é um grande avanço, mas, dentro da rede universitária, ele recupera automaticamente todos os artigos de revistas oferecidas e assinadas pela biblioteca universitária em questão. Além de diminuir o caminho necessário para chegar num artigo, o sistema de busca é um avanço em comparação aos outros sistemas de procura no banco de dados PubMED, pois é simples, rápido e intuitivo (Figura). Definidamente é o melhor sistema de pesquisa no momento, embora tenha limitações para usuários fora da rede universitária e esteja em fase de testes, continua sendo um grande avanço, diminuindo a curva de aprendizado necessária para obtenção de literatura.
Figura – Página de pesquisa PubGet oferecendo como resultado o artigo completo.
8. Cochrane Library
A Biblioteca Cochrane (Cochrane Library – http://www.bireme.br/cochrane) é uma coleção de fontes de informação de boa evidência em atenção à saúde, disponível gratuitamente para toda América Latina (http://cochrane.bvsalud.org/cochrane/main.php?lang=pt&lib=BCP) atraves da Bireme e da Organização Pan-americana da saúde (PAHO). Inclui a base de dados de Revisões Sistemáticas Cochrane, em texto completo em inglês, além das bases de dados de ensaios clínicos, de avaliação econômica de intervenções em saúde, de avaliação de tecnologias de saúde e resumos estruturados de outras revisões sistemáticas. A biblioteca é atualizada nos meses de janeiro, abril, junho e outubro e representa a versão original completa da Cochrane Library, com as seguintes bases de dados: Cochrane de Revisões Sistemáticas (Revisões sistemáticas que proporcionam uma perspectiva geral dos efeitos das intervenções na atenção sanitária (cuidados da saúde) apresentadas em texto completo), Resumos de Revisões de Efetividade (Resumos estruturados que valorizam e sintetizam revisões sistemáticas publicadas em diferentes fontes, e que foram consideradas como de boa qualidade pela Colaboração Cochrane), Registro Cochrane de Ensaios Controlados CENTRAL (Base bibliográfica de ensaios controlados identificados pelos colaboradores da Colaboração Cochrane), Revisões da Metodologia (Sistemáticas de estudos metodológicos em texto completo e protocolos com informação sobre as revisões que estão em fase de elaboração), Registro da Metodologia Cochrane (estudos que avaliam a metodologia utilizada nas revisões Cochrane), Avaliação de Tecnologias em Saúde (Avaliações de tecnologia em saúde – prevenção e reabilitação, vacinas, medicamentos e equipamentos, procedimentos clínicos e cirúrgicos, e sistemas com os quais se protege e mantém a saúde da população), Avaliação Econômica do National Health Institute (Resumos estruturados de artigos que descrevem avaliações econômicas das intervenções em atenção à saúde, responsabilidade de uma enfermidade, metodologia econômica e revisões sobre avaliações econômicas), Sobre a Colaboração Cochrane (conjunto de informação sobre o trabalho, forma de organização e contatos da Colaboração Cochrane e de seus Grupos Colaboradores de Revisão).
A Biblioteca Cochrane Plus inclui praticamente todas as bases de dados da Biblioteca Cochrane, em inglês, e mais um conjunto de bases de dados adicionais e exclusivas em espanhol: Base de Dados Cochrane de Revisões Sistemáticas (grande parte de revisões sistemáticas da Cochrane que foram traduzidas para o espanhol), Registro de Ensaios Clínicos Ibero-Americanos, Bandolera (tradução realizada por “Los Bandoleros” da revista Bandolier do National Health Service britânico), revista Gestión Clínica y Sanitaria da Fundación Instituto de Investigación en Servicios de Salud, relatórios das Agências Ibero-Americanas de Avaliação de Tecnologias em Saúde, KOVACS (Resumos de revisões sistemáticas sobre dor nas costas) e artigos da revista Evidencia, Actualización en la práctica ambulatorial da Fundación MF para el Desarrollo de la Medicina Familiar y la Atención Primaria de la Salud da Argentina.
O cadastro no sistema é gratuito e é feito no link “Registro de usuários”.
A pesquisa pode ser feita por busca livre e busca nos tópicos/grupos temáticos. A busca livre deve ser realizada no campo de pesquisa próprio, e aceita os operadores booleanos, embora se o usuário não utilizá-los seja subentendido o uso do AND. O sistema permite o uso de coringas ($) e os termos utilizados devem estar em inglês, podendo ser palavras do texto principal, do título, do resumo ou nome do autor. A busca é realizada nos diretórios e apresentada separadamente, sendo possível refiná-la pela data, situação do documento, ou restrições de busca.
Figura 7 – Campo de pesquisa da Biblioteca Cochrane na Biblioteca Virtual em Saúde
A busca por tópicos é feita manualmente dentro do grupo temático escolhido, que, assim como um diretório de pesquisa, tem nos subgrupos ramificações do assunto escolhido.
9. Multimídia
Com o advento do DataShow, as aulas e apresentações podem ser muito mais interativas. Para utilizar todos os recursos multimídia presentes no equipamento, o leitor pode precisar procurar por vídeos, imagens ou sons na Internet.
Existem alguns mecanismos de busca dedicados à pesquisa multimídia. O Altavista (http://www.altavista.com/image/default) é um deles. A pesquisa é feita da mesma maneira que a pesquisa com palavras. O sistema procura por imagens ligadas a essas palavras e retorna imagens menores (ícones) para serem escolhidas. O Google (http://images.google.com/) também possui um sistema semelhante de procura de imagens. O software Internet Graphic Hunter (http://www.graphichunter.com/) é um metasearch engine especializado em procurer imagens na Internet. O serviço ARRS GoldMiner (http://goldminer.arrs.org/ ) é específico para pesquisa de imagens médicas radiológicas, tendo sido desenhado para entender o vocabulário médico e apresentar resultados rápidos, gratuitos e fáceis.
Para pesquisar por vídeos, utilize o Youtube (http://www.youtube.com/), Google Vídeo (http://video.google.com/) ou Yahoo Vídeo (http://video.search.yahoo.com/), sendo que é necessário utilizar serviços como o http://keepvid.com, http://www.converttube.com/ ou o http://javimoya.com/ para extrair os videos desses sites, e, para utilizá-los em apresentações, é necessário sua conversão para formatos aceitos pelo Microsoft PowerPoint (ou outro programa de apresentações), como o WMV por exemplo, e, para isso, existe o serviço http://media-convert.com/. O site http://www.medicalvideos.us/ funciona de maneira semelhante ao Youtube, porém é dedicado a videos sobre saúde . O software de metapesquisa AshampooClipFinder (http://tinyurl.com/yrhs4v) pode auxiliar nesta busca ao oferecer a pesquisa em diversos sites de vídeos na Internet. O site da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa também fornece uma pesquisa de vídeos no site http://video.rnp.br/video/home.jsp.
Atualmente a tecnologia P2P (Peer to peer) é muito promissora: são programas que permitem que qualquer tipo de arquivo seja procurado nos computadores de outras pessoas conectadas. Quanto mais pessoas aderirem a essa tecnologia, mais informação será distribuída. É uma tecnologia e um assunto muito delicados, pois devido à sua simplicidade e capacidade, usuários distribuem desde músicas até filmes completos. Quando essa tecnologia for bem utilizada, artigos, vídeos, aulas, imagens, sons e outros poderão ser lidos, durante sua elaboração, antes de serem publicados, de modo que a tão esperada publicação em tempo real será realidade. Arquivos multimídia e programas de distribuição liberada, e pertinentes para pesquisa, serão distribuídos facilmente. Antes da publicação definitiva de artigos, haverá discussões sobre o assunto, que serão publicadas juntamente com o documento. Existem vários programas: http://www.emule-project.net/, http://www.limewire.com e http://www.bittorrent.com/ são apenas alguns deles.
A Universidade de Princeton (http://shape.cs.princeton.edu/search.html ) oferece imagens tridimensionais na área médica (Figura 8) e o Instituto Georgia de Tecnologia (http://www-static.cc.gatech.edu/projects/large_models/ ) oferece um acervo de modelos geométricos tridimensionais. Modelos tridimensionais do artista renascentista Michelangelo pode ser encontrado em http://www-graphics.stanford.edu/data/dmich-public/.
É preciso lembrar-se sempre da importância do respeito aos direitos autorais, garantidos por lei.
10. Wiki
Os termos wiki e WikiWiki são utilizados para identificar um tipo específico de coleção de documentos em hipertexto ou o software colaborativo usado para criá-lo.
O termo “Wiki wiki” significa “super-rápido” no idioma havaiano.
Chamado “wiki” por consenso, o software colaborativo permite a edição coletiva dos documentos usando um sistema que não necessita que o conteúdo tenha que ser revisto antes da sua publicação.
O site MedPedia (http://medpedia.com/ ) pretende ser uma enciclopédia médica na Internet nos moldes da famosa Wikipedia. Por enquanto está em versão beta, mas promete juntar as melhores informações médicas na Web. É possível cadastrar-se como colaborador para obter acesso.
Existem várias opções atualmente de sites colaborativos médicos, alguns exemplos são: http://www.askdrwiki.com/, http://diabetes.wikia.com/wiki/Diabetes_Wiki, http://en.wikibooks.org/wiki/Diagnostic_Radiology, http://ebmlibrarian.wetpaint.com/, http://www.jmir.org/wiki/index.php/Main_Page, http://wiki.healthgrid.org/index.php/Main_Page, http://en.wikibooks.org/wiki/Human_Physiology, http://wiki.mcmastersurgery.com/, http://www.ukoln.ac.uk/repositories/medical-images/index/Medical_Images, http://medicalimaging.wikia.com/wiki/Main_Page, http://medgadget.com/wiki/wiki/Main_Page, http://pharmlib.pbwiki.com/, http://www.pubdrug.org/, http://medicaldata.wikia.com/wiki/Main_Page, http://www.radiologywiki.org/wiki, http://more.studentdoctor.net/wiki/index.php/Main_Page, http://en.wikibooks.org/wiki/Surgery, http://webhealth.com/wiki/Main_Page, http://wellness.wikispaces.com/, http://www.wikihealth.com/Main_Page, http://wikihealthcare.jointcommission.org/, http://www.wikisurgery.com/index.php?title=Main_Page, http://www.wikimd.org/, http://www.wiserwiki.com/.
Uma boa lista de sites wikis pode ser encontrada em: http://davidrothman.net/list-of-medical-wikis/ .
11. Outros tipos de pesquisa
Também é possível, através de programas de comunicação instantânea, a troca de informações, dados e arquivos. Programas como o ICQ, no site www.mirabilis.com, são capazes de nos direcionar a pessoas com o mesmo interesse, permitindo a troca de mensagens, por exemplo, em http://web.icq.com/whitepages/. Também é possível encontrar pessoas através do http://www.telelistas.net/, http://www.pipl.com/, http://zabasearch.com/, http://wink.com/ ou este plugin do Firefox http://tinyurl.com/3cgkp9. Para mais informações sobre como localizar uma pessoa, leia o artigo: http://tinyurl.com/236yyd. O sistema de comunidade BiomedExperts (http://www.biomedexperts.com/ ) pode ajudá-lo a entrar em contato com outras pessoas com interesses cientificos na mesma area.
Existem outros como o MSN Live Messenger (http://www.microsoft.com) e o Google Talk (http://www.google.com/talk/). O software Skype (http://www.skype.com/intl/pt/) permite comunicação via voz com boa qualidade.
Hakaia (http://www.hakia.com/) é uma ferramenta de busca semântica, que tem um recurso adicional interessante, permite criar e visitar “salas” com pessoas interessadas nas mesmas buscas que você, e interagir com elas, como em um fórum de discussão. Com relação à busca contextual, o MetaGlossary (http://www.metaglossary.com/ ) não oferece somente os resultados de uma pesquisa, mas também o significado e palavras relacionadas com a mesma.
No site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/index.jsp é possível pesquisar por pesquisadores cadastrados no sistema de Currículo Lattes, podendo pesquisar por nome ou por assunto.
Sites como http://www.isabelhealthcare.com/ e http://symptoms.webmd.com/ oferecem um serviço de suporte ao diagnóstico clínico, enquanto que o http://www.whonamedit.com/ oferece uma biblioteca de epônimos médicos.
Existem sistemas de pesquisas “baseadas em humanos”, no qual você faz a pergunta e obtém a resposta de um suposto especialista (http://br.answers.yahoo.com, http://yedda.com/, http://www.guru.com, http://www.sabido.com.br).
No site http://www.searchmash.com/ são testadas as novas tecnologias de pesquisa do Google. A Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/) é uma enciclopédia multilíngüe on-line livre e colaborativa, ou seja, escrita internacionalmente por várias pessoas comuns de diversas regiões do mundo, todas elas voluntárias. O sistema Wiki de colaboração tornou-se famoso e alastrou pela Internet com diversos serviços, como, por exemplo, a lista de epônimos do http://wiki.asclepios.com.br.
O serviço MDConsult no site http://www.mdconsult.com oferece pesquisa dentro de seus 51 livros completos. Esses livros são fontes de informações reconhecidas, como, por exemplo, o Townsend: Sabiston Textbook of Surgery, 17th ed. – 2004 e o Goldman: Cecil Textbook of Medicine, 22nd ed. – 2004. Oferece também a pesquisa em diversas revistas importantes no meio médico, um banco de dados de medicamentos e protocolos de condutas. Um serviço com o objetivo semelhante e de origem brasileira é o Bibliomed (http://www.bibliomed.com.br), que possui mais de 140 livros em sua base de dados.
Especifico para a área médica, com resultados próprios para pacientes e médicos, existe o CureHunter Precision Medical Data Mining (http://www.curehunter.com), um mecanismo de busca inteligente, um robô que, varrendo as informações no PubMED, é capaz de quantificar os resultados e ordená-los por relevância pressuposta, de maneira que, ao pesquisar uma doença, por exemplo, além de pesquisá-la através de todos seus epônimos, siglas e sinônimos, temos uma análise completa como resultado: uma análise histórica dos medicamentos utilizados e pesquisados (Figura 9), um gráfico de eficácia dos medicamentos (Figura 10), todos os medicamentos já testados em relação a doença pesquisada, quantos trabalhos obtiveram resultados positivos e quantos negativos, doenças relacionadas (Figura 11) e muitas outras análises, inclusive com referência bibliográfica no PubMED (um exemplo de resultado pode ser visto em https://www.curehunter.com/public/sampleReport.pdf ). É uma ferramenta com um futuro promissor, apesar de ainda estar em fase de testes.
Figura 9 – Análise histórica dos medicamentos pesquisados
Figura 10 – Análise da eficácia dos medicamentos pesquisados
Figura 11 – Análise das co-morbidades
O site http://br.monografias.com foi criado com o objetivo de facilitar a livre publicação e acesso à informação acadêmica, teses, trabalhos de pesquisa e monografias, e cresce graças ao aporte de seus usuários. Eles convidam os usuários a enviar suas publicações e compartilhar seu conhecimento. São documentos que não foram submetidos a revisão de um corpo editorial, e expressam a visão pessoal dos autores.
12. Página não-encontrada
Quando a página não for encontrada (404 error), deve haver uma causa: a página foi retirada ou foi movida, houve congestionamento na Internet ou problema na manutenção do servidor. Para resolver isso, procure por páginas com o mesmo título, na esperança de ela ter sido apenas movida de servidor. Procure a página inicial do site, encurtando o caminho da página, e a partir dela, ache a que procura.
Para encurtar o caminho, por exemplo:
http://www.amato.com.br/checkup/index.html, deixe apenas o endereço de seu servidor: http://www.amato.com.br e procure por links nesta página.
Se não funcionar, convém aguardar uns dias e tentar novamente. Para isso crie um Bookmark (Favoritos) no seu navegador e visite-a depois.
Outra solução é usar a página armazenada em cachê do Google, esta é a página que foi armazenada pelo mecanismo de busca, sem imagens, na última vez que o mesmo visitou a página. Para fazer isso, clique em “Em Cache” abaixo do link no Google. Também é possível acessar a página em cachê fazendo a seguinte pesquisa no Google: “cache:www.pagina-a-pesquisar.com”
Figura 11 – Localização da versão armazenada da página na Internet
Para uma recuperação de páginas mais avançada, leia o site http://tinyurl.com/2ppuux, onde o autor criou um software capaz de varrer a Internet à procura de vestígios da página e a reconstrói a partir desses vestígios.
13. Veracidade das Informações
Qualquer um pode escrever qualquer coisa e publicá-la na Internet, levando o pesquisador a muitas informações erradas e desatualizadas. Devemos estar sempre atentos ao problema.
Para diagnosticar isso, deve-se ter em mente algumas perguntas:
-
Quem escreveu o site? Trata-se de pessoa ou instituição qualificada?
-
O endereço do site diz alguma coisa?
-
Está datado? Atualizado?
-
A informação é autêntica?
-
A página é de confiança como fonte de informação?
-
Apresenta alguma tendência?
-
Pode ser uma ironia, sátira ou fraude?
-
Se houver dúvidas, alguém pode saná-las?
-
Outros sites recomendam essa informação?
Como responder a essas perguntas? Leve em consideração as informações disponíveis no próprio site.
O domínio diz se é um site comercial (.com), educacional (.edu, .br), governamental (.gov, .mil). É uma página pessoal? Endereços como geocities.com ou aol.com indicam que pode ser uma pagina pessoal. Pode haver também um nome pessoal no endereço, após “~” ou “users”.
Procure por um nome e e-mail (normalmente no final da página). São fornecidas as credenciais e qualificações do autor? Não se esqueça de procurar nas páginas anteriores, retirando passo a passo os elementos após a barra no endereço do site, encurtando o caminho da página, como já foi demonstrado.
Procure por data e ultima atualização, normalmente no final da página. A data é apropriada para a pesquisa? Lembre-se de que estatísticas e fatos sem data, não são melhores do que informação anônima.
Como saber se a informação citada é autêntica? Cheque se o domínio corresponde ao que ele se diz ser. A maioria das instituições e companhias possui seu próprio domínio. É muito fácil copiar uma página, por exemplo, de um jornal, alterar algumas informações e colocá-la de volta na Internet. Se possível, procure o original impresso no caso de revistas, jornais e outras publicações. Na Web, os padrões para referência bibliográfica não são seguidos, e como você vai utilizar na sua pesquisa os melhores padrões, prefira ignorar informações sem fonte ou sem data.
Qual é o propósito da página? Informar, explicar, persuadir, promover, vender, distribuir ou atrair? Procure quem informa sobre essa página, onde ela é citada, o que acham de sua integridade e confiabilidade. Para isso utilize um mecanismo de busca e coloque na caixa de texto: link:www.endereçodosite.com.br (Altavista e Google). Verifique também o Pagerank do site no http://www.googlando.com.br/, o Pagerank é um sistema criado pelo Google para avaliar a relevância dos sites, classificada e eleita pela própria Internet.
Quem patrocina a página? Podem ter interferido no seu conteúdo? Não mostraram algum ponto de vista em favor de outro? Pontos de vistas divergentes também são mencionados? Não se esqueça de sua própria tendência, você mesmo não está sendo muito duro ao julgar a informação? Suas esperanças podem modificar seu julgamento?
Lembre-se do tom da página. É irônico? Humorístico? Exagerado? Argumentos não-comprovados? Fotos e desenhos improváveis? Existem muitas páginas irônicas quase perfeitas na Internet, e deve-se tomar cuidado com elas.
Pergunte ao próprio autor da página via e-mail. Consulte uma publicação impressa. Mas nunca subestime a capacidade de imaginação das pessoas ao fazerem um site. Utilize o bom senso.
O conteúdo, após tudo isso, também deve ser avaliado. Devem ser procurados erros sistemáticos, como erro de aferição de um instrumento de medida ou variável; erros aleatórios, decorrentes de amostras não-significativas, viciadas ou não-representativas; e erros nas premissas sobre as relações teóricas entre as variáveis estudadas, relacionando motivos errados para os fenômenos estudados.
Leia a introdução e o resumo e defina: Qual o objetivo e hipótese? Qual o enfoque? Na medicina defina se é estudo de risco, diagnóstico, prognóstico, tratamento ou prevenção. Qual fator em estudo? Qual teoria explica a questão da pesquisa e apóia os resultados?
Com material e método: Qual população estudada? Houve vícios de seleção da amostra? Vícios de aferição das variáveis? Houve aleatoriedade? É expressiva de uma população ao todo? Qual a técnica e tática adotadas? Concorda com elas?
Resultados: Os resultados foram estatisticamente significativos, de modo que a probabilidade de um erro inerente ao método seja remota? Os achados têm relevância? Os resultados são aplicáveis em um contexto externo, podendo ser generalizados para uma população?
Leia o artigo inteiro e compare suas próprias conclusões com as dos autores. Elas são concordantes?
Quando pesquisando em periódicos, fique atento na qualidade do periódico em que foi publicado o artigo, idoneidade do editor e do corpo editorial, exigências do periódico para aceitar a publicação de artigos e credenciais tanto do autor quanto da instituição responsável.
Artigos verdadeiros não têm excesso de coerência, e, portanto, nem sempre estão de acordo com a literatura e teoria. Artigos com resultados extremamente espetaculares devem levantar dúvidas.
Em qualquer tipo de publicação é fundamental que se julgue com profundidade e senso crítico. Esse questionário é apenas um roteiro para nortear esse julgamento e não tem a intenção de ser completo, apenas de amparar o leitor em sua pesquisa.
Bibliografia
Amato, A.C.M. Pesquisa Científica Na Internet. In: Lopes, A.C. Tratado de Clínica Médica. ed. 1
Amato, A.C.M. Pesquisa Científica Na Internet. In: Moraes, I.N. Tratado de Clínica Cirúrgica. ed 1
Amato, A.C.M. Pesquisa na Internet. Medicina & Cultura. Revista Científica do Centro de Estudos do Hospital Jaraguá. Out/Nov/dez 2002. N.1 ANO 1. Pag 31 a 37.
Amato, A.C.M. A Pesquisa na Internet. Vascular In, Ano V, n 18, pag 48-52
Riera, R. Da pergunta Às evidências: busca na Biblioteca Cochrane. Diagn Tratamento. 2007;12(1):28-32
Amato, A.C.M. Fundamentos da Pesquisa na Internet. In: Moraes, IN & Amato ACM Metodologia da Pesquisa Científica, 7a. ed. São Paulo, Roca, 2006, São Paulo, p 111-124.
Amato, A.C.M. “Procura na Internet – Parte II”. “Medicina & Cultura”, revista científica do Centro de Estudos do Hospital Jaraguá – São Paulo, edição de janeiro/fevereiro/março/abril de 2003, ed. 1 ano 2 página 35.
Schmidt, M.I.; Duncan, B.B. Epidemiologia Clínica e a Medicina Embasada em Evidências. In: Rouquaryol, M.Z.; Almeida Filho, N. Epidemiologia e Saude. 5ed. Medsi. 1999. Rio de Janeiro. pag 183-206
Kahn, Charles E., Jr., Thao, Cheng GoldMiner: A Radiology Image Search Engine Am. J. Roentgenol. 2007 188: 1475-1478. Disponível em http://www.ajronline.org/cgi/content/full/188/6/1475